FASC reúne jovens e idosos para reviver histórias de Quilombo

26/03/2019 17:20
Adriano Madruga / PMPA
FASC
Evento reuniu mais de 50 integrantes do Projovem Adolescente dos Grupos Centro, Ilhas e Farrapos

seloAniversário de Porto Alegre teve programação especial na tarde desta terça-feira, 26, na sede Associação Cultural Quilombo do Areal. O evento reuniu mais de 50 integrantes do Projovem Adolescente dos Grupos Centro, Ilhas e Farrapos, para uma conversa e revelações do Quilombo, sua formação e importância para a história da Capital.

Sonia Maria Figueiredo Xavier, 73 anos, uma das precursoras do Quilombo, foi a primeira a chegar para participar. Ela estava com Eunice da Silva Soares, 74, e Laura Guimarães, 69, que relataram suas vivências juntamente com dona Edna Simões, que descreveu a religião afro para os jovens atentos e curiosos. 

Um dos convidados palestrantes foi Ubirajara Carvalho, líder da luta contra o racismo: ”O Brasil é um país jovem, que em seus 500 anos viveu mais de 300 da prática da escravidão. Falar em Quilombo é falar na história do Brasil”.

Aline Dornelles, assistente social do Cras Centro, conduziu a discussão, onde idosos e jovens comentaram a vida no Quilombo: “Foi um belo entrosamento da história dos quilombolas que se reconhecem como legítimos do Areal da Baronesa, por sua trajetória histórica e reconhecida pela população”. 

Também Daniela de Britto, facilitadora cultural do Projovem destacou “a respeito de se reviver o território e pertencimento, bem como a história de uma comunidade que guarda em seu cotidiano nossas raízes”. 

Joel da Silva Rodrigues lembrou ainda que “se não trabalhamos a história de nossa gente e seus hábitos com os jovens quem vai preservar e passar adiante toda essa riqueza?”, questionou.

A comunidade do Quilombo do Areal se reconhece como legatária do Areal da Baronesa, antigo território negro de Porto Alegre, famoso por ser isolado, pelas casas de religião, pelo carnaval de rua e por seus músicos populares. Ocupa um beco, a que chamam de avenida – uma pequena rua com casas geminadas. São aproximadamente 80 famílias que vivem em uma das últimas “avenidas” da região, a Luís Guaranha, historicamente ocupada por famílias negras. As fachadas de antigas casas são preservadas, por seu caráter histórico.

O encontro foi organizado pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras Centro), para homenagear o Grupo de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos Idosos da comunidade, assistido pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc).

 

Gladis Ybarra

Matheus Beust

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