Curso de promotores em saúde da população negra forma 17ª turma
Novos promotores em saúde da população negra receberam o diploma do curso de extensão na noite desta quinta-feira, 13, em cerimônia de formatura no Teatro Moacyr Scliar da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. O curso é realizado desde 2012 pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e já formou mais de 500 pessoas, sendo a maioria trabalhadores da rede. Este ano, foram concluídas as turmas 16 e 17, com cinco módulos e carga horária de 120 horas/aula, 80 presenciais e 40 EAD, formando 90 pessoas.
Quem termina a extensão passa a integrar os comitês técnicos de saúde da população negra que funcionam nas diferentes regiões da Capital. “Com a conclusão das duas turmas, a participação de profissionais da rede de atenção primária do município chega a 100%”, informa a coordenadora da área de Saúde da População Negra da SMS, Elaine Oliveira Soares.
Os determinantes sociais em saúde e a importância do quesito cor para a tomada de decisão, tanto na gestão quanto na assistência, promoção de saúde e prevenção de doenças foram temas debatidos durante o curso. A programação também analisou o racismo como um dos determinantes sociais de saúde, além de construir uma forma de olhar a complexidade dos processos de saúde-doença.
Elaine destaca que o principal aspecto da formação é mostrar que o racismo existe como um processo naturalizado. “Mesmo sem perceber, acabamos reproduzindo comportamentos. Em geral, as pessoas negam ser racistas, mas aos poucos passam a perceber que também usam termos pejorativos e discriminatórios”, explica. A partir do curso, a ideia é que os participantes percebam isso e passem a promover mudanças nos processos de trabalho. “Quando abrimos este espaço, várias coisas vêm à tona, inclusive com relação aos trabalhadores negros, que muitas vezes são silenciados quanto aos processos de racimo. No curso, eles se sentem mais fortes para falar”, completa.
A iniciativa é uma realização da SMS, em parceria com Ministério da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Fundo de População das Nações Unidas e Faculdade e Escola Técnica Factum.
Denise Righi