Encontros debatem soluções no enfrentamento do câncer

30/04/2019 17:00

 

Robson da Silveira/SMS PMPA
SAÚDE
Porto Alegre é a capital com alta mortalidade pela doença no Brasil

Para fortalecer e aprimorar os serviços oncológicos na Capital, teve início nesta terça-feira, 30, uma série de encontros no intuito de avaliar as necessidades e lacunas do tratamento contra o câncer para obter um diagnóstico atualizado. Com o tema Recursos Humanos e Treinamento, o primeiro grupo reuniu-se pela manhã, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). (fotos)

Iniciativa multissetorial do C/Can: City Cancer Challenge, as reuniões temáticas incluem representantes de hospitais, sociedades médicas, profissionais da área da saúde, universidades, associações de pacientes, voluntárias e instituições governamentais. Na avaliação do médico oncologista do HCPA, Guilherme Geib, coordenador da temática em debate, a reunião foi exitosa. “Ficou claro que Porto Alegre está bem servida de especialistas na atenção ao câncer, mas temos oportunidades importantes de qualificar o treinamento dos médicos generalistas, com vistas ao diagnóstico mais precoce dos casos”, avalia Geib. 

Durante o encontro, foram discutidas estratégias para que esse tipo de treinamento possa ser feito, tanto do ponto de vista das sociedades médicas quanto das universidades. A iniciativa é coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em parceria com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) e o Hospital Moinhos de Vento. 

Porto Alegre é a capital com alta mortalidade por câncer no Brasil. Como apoio para desenvolver formas de planejar e implementar soluções para o diagnóstico e tratamento à doença, a capital gaúcha foi selecionada, em maio de 2018, como Cidade-Desafio do C/Can. A organização global baseada na Suíça identifica cidades com alta necessidade e potencial para melhorar o tratamento do câncer, selecionando líderes locais que conduzirão o processo. 

“Um comitê executivo multissetorial prioriza necessidades específicas, localiza parceiros para capacitação, estabelece modelos de financiamento sustentáveis, monitora e compartilha os resultados com outras cidades ao redor do mundo”, explica a gerente do C/Can em Porto Alegre, Stephanie Shahini. As atividades das cidades lideradas localmente são apoiadas por uma equipe global em Genebra.

Ações - A etapa avaliativa consiste de encontros até 20 de maio, em diferentes locais da cidade, reunindo grupos multissetoriais e interdisciplinares compostos por representantes das instituições e setores da sociedade, divididos em 17 temas: patologia, clínica laboratorial, banco de sangue, radiologia, medicina nuclear, oncohematologia adultos, oncohematologia pediátrica, radioterapia, cirurgia, cuidados paliativos, gestão de serviços de saúde, recursos humanos e treinamento, ética, protocolos clínicos, segurança do trabalho, registro de dados, comunidade e acesso. Cada grupo irá priorizar um conjunto de desafios e ações.

“Importante destacar a participação de grandes lideranças nas especialidades envolvendo a oncologia, em que hospitais de excelência da cidade e a sociedade civil  puderam se envolver no processo de discussão sobre as principais dificuldades que a cidade apresenta”, afirma a assessora técnica e liderança da SMS, Tatiana Breyer. Segundo ela, o momento é de consolidar os dados apontados pelos especialistas para, nas próximas etapas, estabelecer as prioridades da cidade.

Lançado em 2017 pela Union International Cancer Control (UICC), o C/Can é uma fundação autônoma que atua em sete cidades com a missão de construir uma comunidade global para transformar o tratamento do câncer, capacitando os locais a oferecer atendimento oncológico de qualidade e acessível. Além de Porto Alegre, as cidades de Kigali (Uganda) e Tbilisi (Georgia) também foram selecionadas para Cidade-Desafio. Cali (Colômbia), Assunção (Paraguai), Kumasi (Ghana) e Yangon (Myanmar) integram a iniciativa como Cidades-Aprendizado.

Vanessa Conte

Gilmar Martins

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