Saúde mental no município é tema de debate

08/08/2019 18:41
Robson da Silveira/SMS PMPA
SAÚDE
Evento reuniu cerca de cem profissionais

O panorama do trabalho realizado na rede de atenção psicossocial de Porto Alegre nos últimos dois anos foi tema da edição de agosto do Ciclo de Debates Barbara Starfield, realizado nesta quinta-feira, 8, pela Secretaria Municipal de Saúde. O palestrante convidado foi o psiquiatra Giovanni Abrahão Salum, responsável pela coordenação da área de Saúde Mental nesse período. 

Reunindo cerca de cem profissionais, o evento ocorreu à tarde, no auditório Moacyr Scliar da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. O secretário-adjunto de Saúde, Natan Katz, destacou o trabalho desenvolvido nos últimos dois anos, quando foram rediscutidos os papéis e a atuações dos serviços de Saúde Mental no município, além da inauguração de novos serviços, qualificação nos contratos e manutenção dos serviços já existentes. 

Na apresentação, Salum destacou seis tópicos do Plano Municipal de Saúde Mental, iniciando pelos cuidados compartilhados com a atenção primária e a intersetorialidade, que possibilitaram um modelo de interação com os serviços de saúde e outros órgãos municipais, como a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) e a Secretaria Municipal de Educação. “A intersetorialidade é um desafio importante e foi essencial na construção do Plano de Enfrentamento da Situação de Rua e do projeto Saúde Mental na Escola, por exemplo”, avalia o médico. 

A qualificação e ampliação da rede de atenção psicossocial contaram com a abertura de novos serviços, como o Centro de Atenção Psicossocial 4 – Céu Aberto na região Centro, voltado ao atendimento de usuários de álcool e drogas. Os Caps tipo 3 nas regiões Cavalhada, IAPI e Partenon foram ampliados e revitalizados, com novos serviços na Restinga e região Leste-Nordeste. A cidade tem três novos residenciais terapêuticos, 28 leitos para adolescentes masculinos no Hospital Santa Ana e 26 novas vagas em comunidades terapêuticas. 

Na área de informatização, a Saúde Mental passou a integrar o Sistema de Gerenciamento de Consultas e Internações (Gercon/Gerint), software que permitiu melhorar a comunicação entre os entes da rede. Outro ponto destacado foi a valorização de experiências locais e o olhar voltado a experiências internacionais que deram certo. Avaliação sistemática da qualidade dos serviços, com a criação de instrumentos que possibilitem esse acompanhamento, e ações de educação continuada foram considerados positivos como forma de valorizar a educação permanente.  

Ao falar das prioridades para os próximos anos, Salum reforçou o papel do Plano Municipal de Saúde Mental, que foi construído com muita discussão na rede de atenção psicossocial. “Temos que continuar investindo no plano, agora com foco mais na infância e transtornos mentais graves que não estão relacionados ao uso de álcool e drogas”, comenta. 

Giovanni Salum é membro do Instituto Nacional de Psiquiatria do Desenvolvimento para a Infância e Adolescência e professor-adjunto do Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Após atuar por dois anos na coordenação de Saúde Mental da SMS, recentemente retornou à atividade acadêmica. Assumiu a coordenação da área a psiquiatra Cristiane Juguero Martins.

 

Vanessa Conte

Gilmar Martins

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